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O Valor da Liberdade

por Edgard Leite, diretor do Instituto Realitas, Presidente da Academia Brasileira de Filosofia

Não há força maior, para movimentar o ser humano, que a liberdade.


Pois é esta ideia que o leva a tomar decisões, essência de ser um humano.


É nas decisões, no exercício da liberdade, que os humanos entendem a vida, conhecem seus limites, tem a dimensão de suas infinitas possibilidades.


Não há lei que possa controlar tais decisões. Por isso nunca se alcançará uma sociedade sem crimes.


A lei apenas estabelece os limites da liberdade. E as punições para as trangressões.


Mas não pode destruir essa ideia, nem pode pretender faze-lo. Porque seria inútil.


E também por conta dessa liberdade, nunca deixarão de existir sociedades onde se busque o florescimento do amor, da ternura, e onde a confiança procure sempre predominar sobre a desconfiança.


Pois a liberdade também nos assegura a escolha pelo caminho da boa moral, da boa conduta, da observância de uma ética de prudência, perdão e amor.


E, na verdade, é este último o grande valor da liberdade. Pois por ela encontramos a grandeza do ser humano. E também nisso, e principalmente nisso, não pode haver controle.


Porque se a escolha pelo crime e pela destruição é contínua, a escolha pelo bem, pela confiança, pelo amor e pela agregação é igualmente persistente.


E só existimos porque esta última escolha, a do bem, sempre predomina.


Por ela podemos estabelecer os elementos da boa moral e da ética correta. Que dão às nossas decisões um sentido de satisfação existencial contínua. Decisões que nos aproximam das pessoas, de coisas maiores do que nós, verdadeiras, eternas.


As tiranias são sempre transitórias. Porque não conseguem controlar, jamais, essa continua emergência do sentimento de liberdade, sem o qual nada somos.


E a história mostra que os humanos são sempre muito sensíveis a essas tolas, mas eventualmente mortais, tentativas de destruir aquilo que os torna humanos: a liberdade.


Não há inimigo mais claro nem mais universalmente reprovável que o tirano. Tanto pela sua tolice, quanto também por buscar esse eliminação da essência humana.


Contra ele os povos sempre se ergueram. É tema bíblico, mas não só. É tema que diz respeito à preservação da própria humanidade e da vida.







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